11 de agosto de 2008

Igreja e capelas de Valongo

A igreja matriz de Valongo é um templo de meados do século XIX, de nave bastante espaçosa. A abóbada, cilíndrica e de tijolo, com quatro arcos de granito, é pintada em tons dourados. No altar-mor sobressai um painel de grandes dimensões, representando a Assunção da Virgem. Refira-se outros dois grandes painéis, figurando S. João e S. António. No reinado de D. Afonso III, o padroeiro da igreja de Valongo era já S. Mamede. Conta-nos a lenda que certo dia no decorrer de uma procissão saída de Rio Tinto para Valongo, começou a chover copiosamente. Para se abrigarem da chuva, pessoas e andor, recolheram dentro da Igreja de Valongo, de onde o povo valonguense nunca mais deixou a imagem sair. No século XIX, durante as invasões francesas, a igreja matriz serviu de quartel para as tropas.

Uma das mais antigas capelas de Valongo é a Capela de Nossa Senhora das Neves que aparece mencionada no Catálogo dos Bispos do Porto que data de 1620. Com a caridade da população, foi, em 1754, a capela restaurada. Nesta capela encontramos as imagens de Nossa Senhora das Neves, S. Joaquim, S. José, e umas poucas mais.


A Capela de Nossa Senhora de Chãos, edificada num pequeno planalto da serra de Valongo, data de 1625. Como se poderá observar na inscrição escrita sobre a porta principal, esta capela foi mandada construir por Thomé António: “ Esta hermida mandada construir em honra da Virgem, com o auxílio de devotos por Thomé António, natural de Campanhã por haver escapado do naufrágio acontecido na sua vinda do Brasil no ano de 1625. Foi reedificada a expensas de Joaquim Marques da Nova, natural desta vila no ano de 1866.”


A Capela do Senhor do Calvário, do início do Séc. XIX, terá assim sido chamada por se localizar num monte denominado Calvário. Esta capela foi edificada no cumprimento de uma promessa feita por João Monteiro Felgueiras durante das Invasões Francesas. Em troca só pedia que o Lugar da Valga não fosse pelos invasores assolado. Em 1813, ter-se-á começado a sua construção e mais tarde em 1871 foi restaurada e ampliada. Já no fim do século, mais precisamente em 1894, José Gonçalves de Oliveira Reis mandou reedifica-la passando então a apresentar a fachada que hoje tem.


Como monumento religioso, o Cruzeiro do Padrão, também conhecido por Cruzeiro do Senhor do Padrão ou Padrão da Portela é assim descrito pelo P. Lopes Reis: “ É ainda digno de mencionar-se como monumento religioso o Senhor do Padrão se ergue no meio da rua d’este nome na forma de um oblisco de granito de nove metros de altura, tendo na base circuitada por uma grade de ferro a imagem de Santo António, feita na mesma pedra. Do alto da coluna que termina em cruz está pendente a imagem de Jesus Crucificado que foi laborada com uma perfeição inexcedível. Conta-se que os franceses quando aqui passaram, os profanadores das igrejas e blasphemadores de Deus, ao avistarem essa imagem, se descobriram reverentemente. O operário que a fez, dizem, trabalhava apenas uma hora por dia, e só uma paciência extraordinária, podia levar a cabo tão delicada obra. Na face principal do pedestal tem inscrita a seguinte oração: "Bendito e louvado seja o SS. Sacramento da Eucaristia, Fruto de ventre sagrado da Puríssima Virgem Maria”. É "Monumento Nacional" desde 1910.


Sem comentários: